NOTÍCIAS
Avanços tecnológicos do Judiciário exigem novo recomeço
14 DE MARçO DE 2022
Os avanços alcançados pelo Poder Judiciário brasileiro com o uso da tecnologia e de soluções digitais foram tema da aula magna “A importância do Direito Digital para o Judiciário do futuro”, apresentada pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ). Durante o evento, ocorrido na sexta-feira (11/03), o ministro afirmou que a Justiça digital vai exigir de todos um novo recomeço.
“Recomeçar é um direito e sempre é um bom dia para recomeçar. O mais importante é que nós queremos o melhor, ir mais alto. E nós não somos do tamanho das pessoas que nos veem, somos do tamanho dos nossos sonhos”. Luiz Fux citou o Programa Justiça 4.0 – um dos eixos de sua gestão à frente do Poder Judiciário nacional –, e enfatizou que a ação possibilita a simplificação do processo por meio das diversas ferramentas disponibilizadas de forma on-line.
“A inteligência artificial (IA) coexiste com a inteligência humana. E é fundamental sabermos que a Justiça digital não substitui o homem”. Fux falou sobre as inovações adotadas pela Justiça e ressaltou que todos os procedimentos passaram a ser on-line, desde abertura da ação no Balcão Virtual, passando por depoimentos e sustentações orais. “O juiz sentencia por meio do Processo Digital eletrônico (PJe) e os recursos são interpostos por via digital”.
Outro instrumento, classificado como fundamental pelo ministro, é o Banco Nacional de Precedentes Repetitivos (BNPR), criado para elevar a celeridade das decisões. “Hoje, o Brasil não é mais uma família genuína romano-germânica da Civil Law. O Brasil adota várias estratégias que fazem-nos compor também a família da Common Law, que adota a criação judicial, o precedente.” Luiz Fux observou que a jurisprudência é, atualmente, fonte formal do direito.
“O Judiciário tem que transmitir segurança jurídica e a parte tem direito de saber como será no final da linha: se a matéria for constitucional, como o STF julga; se for infraconstitucional, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga; se for local, como o tribunal daqui julga”, explicu. De acordo com o ministro, o BNPR, associado ao uso da IA, municia o juiz por meio da via digital antes de sua decisão. Fux destacou que os assessores do STF, com os recursos proporcionados por programas de IA, conseguem reunir dados sobre determinado tema em menos de cinco segundos.
“De forma imediata, é possível obter todas a legislação sobre o tema em análise: a legislação aplicada, a jurisprudência, súmula, se tem ou não repercussão geral. Enfim, em cinco segundos, com a justiça Digital e a IA, a máquina realiza o trabalho de um dia inteiro de 100 servidores.” De acordo com Luiz Fux, o precedente judicial evita, erros judiciais, evita recursos e conduz à solução consensual dos conflitos. “E a conciliação é a melhor forma de solução de litígios, porque ela otimiza o relacionamento social”.
Direitos humanos
Na abertura do evento, a diretora-geral da EMERJ, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, ressaltou o trabalho do presidente do STF na elaboração do novo Código do Processo Civil, concluído em 2015. Segundo a magistrada, a iniciativa “oxigenou as leis brasileiras”. Ela também destacou a atuação do ministro à frente do CNJ, enfatizando a criação do Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário (ODHPJ).
Segundo a desembargadora, a iniciativa propicia um amplo diálogo sobre os direitos fundamentais e o exercício da cidadania. “O Observatório, órgão consultivo da presidência do CNJ, é um mecanismo de implementação dos ideais de uma sociedade embasada em valores éticos e morais, por meio da atuação institucional e efetiva do Poder Judiciário”.
Jeferson Melo
Agência CNJ de Notícias
The post Avanços tecnológicos do Judiciário exigem novo recomeço appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Artigo destaca necessidade de educação de gênero de operadores do Sistema de Justiça
21 de março de 2022
Educar os operadores do Sistema de Justiça para assim conseguir tornar cada vez mais eficaz o trabalho contra a...
Portal CNJ
Repactuação do Acordo do Rio Doce: saúde e meio ambiente são foco da 7ª rodada de negociações
21 de março de 2022
As repercussões socioambientais e a questões de saúde pública foram o foco da 7ª rodada sobre as negociações...
Portal CNJ
CNJ realiza 347ª Sessão com lançamento de pacto pelos direitos humanos
21 de março de 2022
O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se reúne nesta terça-feira (22/3) em sua 347ª Sessão...
Portal CNJ
Inscrições de boas práticas para Prêmio Juízo Verde seguem até 31 de março
21 de março de 2022
As boas práticas de proteção ao meio ambiente ou que contribuam com a produtividade do Poder Judiciário ainda...
Anoreg RS
Provimento nº 128 do CNJ prorroga prazo de vigência de provimentos em decorrência da pandemia de Covid-19
21 de março de 2022
Clique aqui e confira a íntegra da publicação.