NOTÍCIAS

Justiça 4.0: Judiciário brasileiro apresenta cronograma de novas tecnologias até 2024
29 DE JUNHO DE 2022


O Judiciário brasileiro é modelo de transformação digital e o impacto das mudanças postas em prática pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve ser ampliado nos próximos dois meses, com novas ações de integração tecnológica dos tribunais e de modernização dos órgãos da justiça. Uma síntese dessas entregas de curto prazo do Programa Justiça 4.0 foi feita pelo secretário de Programas, Pesquisa e Gestão Estratégica do CNJ, Marcus Lívio Gomes, durante o “Seminário Internacional Brasil-União Europeia – Intercâmbio de experiências em e-justice”. O evento reuniu autoridades e especialistas em justiça digital do Brasil e da União Europeia nesta terça-feira (28/6), na sede do CNJ e transmitido pelo canal do Conselho no Youtube.

Marcus Lívio Gomes disse que a apresentação dos projetos de tecnologia que abarcam o Programa Justiça 4.0 durante o evento é uma pequena parte do que será detalhado em agosto e setembro. “É apenas a ponta de um iceberg. Grandes projetos serão apresentados à sociedade antes do fim da gestão do ministro Fux”, informou. A apresentação das principais do programa foi feita pelo time de juízes auxiliares da Presidência do CNJ envolvido no projeto, em exposição conduzida por Alexandre Libonati e Fábio Porto e participação de Adriano da Silva, Dorotheo Barbosa Neto, Rafael Leite e Trícia Navarro.

Integram esse escopo de modernização digital uma série de programas com cronograma de entregas até o ano de 2024. Entre as iniciativas que já estão em operação destacam-se os projetos Jump, de identificação de gargalhos no andamento dos processos judiciais, e o Painel de Estatísticas do Poder Judiciário. Para agosto, está programada a entrega do Sistema Nacional de Investigação Patrimonial e Recuperação de Ativos (Sniper) e do módulo previdenciário, voltado para a gestão digital das demandas previdenciárias.

Estão previstas ainda: a criação do Portal de Serviços Unificados, a entrega do Sistema Nacional de Gestão de Bens (SNGB), a nova versão do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP 3.0), a incorporação de novas funcionalidades no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), a ferramenta nacional de gestão de requisições de pagamento e de precatórios (RPV/Precatórios), a criação do Banco Nacional de Precedentes e a integração com o sistema socioeducativo.

Leia mais: Fux: Justiça Digital voltada aos cidadãos une experiências do Brasil e da União Europeia

Espinha dorsal

Os juízes auxiliares responsáveis pelos avanços no Programa Justiça 4.0 expuseram a gama de ações relacionadas à atualização digital dos órgãos de Justiça inseridas na Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ). Espinha dorsal das mudanças tecnológicas experimentadas pelos tribunais, a Plataforma tem três grandes objetivos: transformação digital do Judiciário com maior eficiência e celeridade, integração dos tribunais para o desenvolvimento de soluções colaborativas e consolidação de base de dados confiáveis para subsidiar políticas judiciárias.

Entre outras ações apresentadas, estão o Codex – plataforma que indexa e centraliza informações processuais, o Base Nacional de Dados do Poder Judiciário – DataJud, o Renajud – sistema on line de restrição judicial de veículos, o Mandamus – ferramenta de inteligência artificial (IA) para cumprimento de mandados e o Sinapses – plataforma nacional de modelos de IA.

Experiência europeia

A experiência da União Europeia na digitalização da Justiça foi apresentada pelo diretor de Administração e Coordenação Central do Ministério da Justiça Federal da Áustria, Martin Schneider, e pelo professor de direito da informática e legislação europeia na Universidade de Viena, Erich Schweighofer.

Martin Schneider apresentou os princípios que orientam o projeto “e-justice” da União Europeia, baseado no acesso à informação e aos serviços da Justiça e na comunicação entre os órgãos da Justiça e demais órgãos públicos, considerando que o bloco é integrado por diversos Estados. Ele também apresentou a experiência da Áustria com a Justiça digital, informando o estágio atual de integração plena entre os órgãos do Judiciário austríaco.

Erich Schweighofer, por sua vez, destacou a importância da segurança em tecnologia da informação e algumas das inovações nos serviços da Justiça. Ao abordar o avanço desses processos nos tribunais da União Europeia, incluindo o uso da inteligência artificial, ele avaliou que há ferramentas que tratam do “juiz automatizado”, salientando que essas tecnologias irão auxiliar, “mas não irão substituir os seres humanos”.

Seminário internacional

Além das reuniões técnicas realizadas pela manhã, o seminário internacional incluiu na programação a presença de autoridades nacionais e internacionais e a realização de painéis sobre o impacto da transformação digital em setores específicos da sociedade. São eles o acesso à Justiça por meio digital, meio ambiente e sistema penitenciário. Toda a programação pode ser acessada no canal do CNJ no Youtube.

Texto: Luciana Otoni
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias

Macrodesafio - Fortalecimento da estratégia nacional de TIC e de proteção de dados

The post Justiça 4.0: Judiciário brasileiro apresenta cronograma de novas tecnologias até 2024 appeared first on Portal CNJ.

Outras Notícias

Anoreg RS

Regulariza Educação busca retomar obras paradas em escolas da educação básica
19 de abril de 2024

Milhares de obras em andamento, ou que serão iniciadas, em escolas de educação básica precisam passar por...


Anoreg RS

Consolidação de políticas públicas são destaque em debates sobre 20 anos do CNJ
19 de abril de 2024

Uma das importantes características da atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é a atuação republicana,...


Anoreg RS

Novo Código Civil: Senado recebe anteprojeto de juristas e analisará o texto
18 de abril de 2024

O Senado recebeu oficialmente nesta quarta-feira (17) o anteprojeto do Código Civil elaborado por uma comissão de...


Anoreg RS

“A possibilidade de o cidadão acessar todos os serviços extrajudiciais direto de sua casa, do local de seu trabalho, ou onde estiver, é, muito além de uma comodidade, um fator de estímulo à segurança jurídica”
17 de abril de 2024

Desembargadora Fabianne Breton Baisch, corregedora-geral da Justiça do TJRS, fala, entre outros assuntos, do...


Anoreg RS

Código Civil: conheça as propostas de juristas para modernizar a legislação
17 de abril de 2024

Senadores e deputados terão um ponto de partida avançado para debater e aprimorar o Código Civil (Lei 10.406, de...


Anoreg RS

Decreto n. 11.995/2024 institui o Programa Terra da Gente e dispõe sobre a incorporação de imóveis rurais no âmbito da Política Nacional de Reforma Agrária
17 de abril de 2024

Foi publicado no Diário Oficial da União (D.O.U. de 16/04/2024, Edição 73, Seção 1, p. 1), o Decreto n....


Anoreg RS

Anoreg/RS e Fórum de Presidentes promovem reunião mensal para atualização de pautas da categoria
17 de abril de 2024

Coordenado pelo presidente da Anoreg/RS, Cláudio Nunes Grecco, encontro online aconteceu nesta quarta-feira (17/04).


Anoreg RS

Dificuldade para registro da transferência do imóvel justifica emprego de usucapião
16 de abril de 2024

A ação de usucapião pode, excepcionalmente, ser utilizada para regularização de imóvel nos casos de...


Anoreg RS

Receita Federal do Brasil divulga Instrução Normativa nº 2186/24 sobre apresentação da DOI por meio de plataforma web
16 de abril de 2024

Dispõe sobre a Declaração sobre Operações Imobiliárias (DOI) e define regras para a sua apresentação.


Anoreg RS

Cônjuge não responde por dívida trabalhista contraída antes do casamento
15 de abril de 2024

Para o colegiado, não se verifica dívida contraída em benefício do núcleo familiar, que obrigaria a...